Sunday, November 08, 2009

"entre arrotos e narizes congestionados, a vida nos surpreende..."

Friday, November 06, 2009

onde ir

eu não sei o que vi aqui,
eu não sei pra onde ir.
eu não sei porque moro ali,
eu não sei porque estou.
eu não sei pra onde a gente vai, andando pelo mundo.
eu não sei pra onde o mundo vai, nesse breu vou, sem rumo...


só sei que o mundo vai de lá pra cá,
andando por ali, por acolá,
querendo ver o sol, que não chega,
querendo ter alguém, que não vem, não vem...



__________cada um pode, com a força que tem,
na leveza e na doçura de ser feliz...


[Onde Ir - Vanessa da Mata]

porque, ontem, já foi tarde...

[05.novembro.2009]


e pensava ela, enquanto voltava no metrô: Por quê? POR QUÊ? A vida termina assim, essa suspensão mais que palpável, informe, imaterial, a planar por sobre toda a Vida, a existência, desde todos os séculos, desde tempos imemoriais, e por sobre todos os outros que virão também, imemoriais... Todos os dias, convivemos com essa possibilidade, que está sobre o nosso corpo como um invólucro.
ONDE SE ENCONTRA VIDA PARA COMPRAR? Onde posso encontrar essa substância?! Que se possa morrer, que sim! Mas, que se fique morto por um tempo, até dar o espaço de alguém ir lá (no lugar onde se adquire), e voltar com a Vida de novo; e, então, quem estava morto, novamente se vive. Qual o sentido de se morrer assim, jovem - ou velho! -, não faz sentido! Tem de se ter Vida em algum lugar, pra quando for do tempo de se morrer, ter Vida de reserva pra se viver novamente.
Que absurdo.




e um desejo insuportável de não estar ali. um desejo de Não. Não!, mesmo. desejo-contra-o-desejar.(...)a lua. só ela conseguiria abreviar aqueles intermináveis longos-curtos minutos......um pólen de lua, triturando aqueles olhos, os olhares, os intentos, tornando-os em pó. Só assim, para se si-respirar, acalmada, intemperada. temperada de pólen da lua. amarela. olho rasgado no céu. como pensava: minha lua. convencia-se dessa posse, dessa sustentação universal espacial. sem dedos, ou mãos. CORPO. A lua num corpo. Que nem sequer a tocava. simplesmente, a via, e isso bastava; a lua derramava-se como água sobre ela, sem que a tocasse...



música: na versão de Mônica Salmaso, "Onde Ir".

Wednesday, November 04, 2009

"o maior desejo da boca é o beijo..."

"blog, blog, blog, blog, blógui"...rs...kkkk...sabe o que lembrei agora? da música que Zeca Baleiro canta, uma frase que poderia muito bem ser substituída por essa "blog,blog..." - se é que é uma frase -, mas, enfim, muito rítmica! Seria uma idiotíssima paródia: "vida, vida, noves fora: zero..."
(...)...
...e, procurando por essa música [Bandeira], encontrei sua letra inteira...

uma frase, "tua língua em meu mamilo - água e sal..."...
(...)

e outra, "não quero beber o teu café pequeno...".......
(...)
.....
que engraçado, comecei a escrever, no etéreo sorriso de descobrir que ainda sou capaz de falar merda, e rir. e, de repente, com a letra inteira na minha frente, de cara com as frases, os sentidos, as palavras...de repente, estou ouvindo a música, na radiouol.com.br, curtindo o som do violão de aço, a voz de Baleiro, os acordes, as pegadas da canção, das mãos...e ainda as notas de uma sanfona - acho......



(...) caramba, tem quase um mês inteiro que não passo por aqui para escrever...
vou me acostumando...aliás, acho que quero escrever quando quero escrever. Ou, simplesmente me deixo levar para isso...nem sempre um desejo, com todos os sentidos convictos de cada letra dessa palavra. simplesmente um sopro. como um sopro.



é bom; que tenho tido um pouco mais de intimidade com as palavras. não as escritas por mim. mas, lidas. estou lendo Clarice, agora. terminei Couto. Comecei Guimarães Rosa, mas o coração selvagem de Clarice se antecedeu - retardatariamente, apareceu suspendendo-se à todas as urgências existentes no Agora desses - ai,ai, esses livros...-, desses tais livros...



é bom quando percebemos aquilo de que precisamos. tanto para a vida. para os próximos anos. quanto para simples 5 atuais minutos vigentes....é doce, como um cheiro de café bem feito.....só aquele vapor estripulante. que, também, fogo...



ontem, eu, Aline: Água Viva. descobri que sou feita de gotas. por todos os lados, cantos e prantos. gotas de mar. e o mar é o sangue de Deus.(de acordo com Clarice). sou feita de gotas do sangue de Deus.("ondas de sangue, lavando-me(...)"-Clarice).(...) E, portanto assim, sou Água Viva. Queimo; firo, queimando. Apesar de ser feita de água. Água que Queima, como fogo. Mais do que fogo. É mais, não é? Água viva queima como nenhum fogo. Que venham saborear minhas gotas. Beber-me.



e, descobri que tenho que fazer as pazes com o meu corpo. corpo. corpo, corpo. meu corpo. meu santuário. o templo. onde eu e Deus habitamos.



outro dia, senti que nasci para abraçar. Também. Com certeza, tenho outras essências nascimentais, as que você sabe que nasceu pra. mas, foi isso, naquele dia, descobri que nasci para abraçar.



e, com as coisas da vida, ser como um saxofone. que tem sapatilhas sob as chaves, que são o que amortecem as "pancadas" da vida, com as quais (Sapatilhas & Pancadas! ;)) criamos o SOM, a música, a melodia maravilhosa. Sempre AMORTECENDO. Alegre. Rindo, no fundo dos dentes...
[o que é Amortecendo?...uma palavra macia, cheia, porém, de morte. e de tecendo. e de Amor!...!!...]



sim, ainda penso. ainda vivo. ainda cheiro, respiro. espero. sede-sem-fim. longe, porém...



acho que é isso. a fusão dos ingredientes do brigadeiro. que delícia. tudo porque as células se expandem tanto,que se misturam, evaporam, deixam de existir SÓS, já não são, porque já são tudo-um. é mistura. não se acha a si. se é Um, quando dois (no caso três: leite condensado, chocolate em pó e um taco de manteiga). E uma mão que mexe sem cessar...a vida já se incube. A mistura do brigadeiro.


 

 
... mil beijos, sem contar, ma fleur.





"nada tenho, vez em quando, tudo. tudo quero, mais ou menos quanto. vida, vida, noves fora, zero. quero viver, quero ouvir, quero ver.
...se é assim, quero SIM, acho que vim pra te ver." (...)



e a vida, mesmo, cheia de "não, não".
quero você.

Thursday, October 08, 2009

viu, seu minino?!


"saudade, o meu remédio é cantar!..." :)


Ê, saudade amarga, que nem giló! entonces, "adelante!", rs, à Yuri...


primeiro dia de oficina com Itiberê! Encontrei um conterrâneo, bem daqueles da Bahia, de Salvadorzinho, mesmo! ê, que bom! tem lugar no mundo que não me seja familiar?!

bem longe daqui, sim, tem... Rio é Rio...acho que já tava aqui dentro de mim há muito tempo, e eu nem sabia...

até em São Paulo encontrei gente na rua!! Adivinha da onde? De Maceió!, bem de lá da terrinha, da metade-do-meu-sangue, minha parte mais falcão... Falcão, ave de rapina.

e se?

só!,uai.


buenas. tengo suenos. sonos de bordadeira, missangueira; como Mia Couto me faz sentir, com seus contos silenciosos e enfeiticeiros.(que enfeitam)...(e enfeitiçam!)...

[ps.: uma das leituras atuais: "O fio das missangas"; dele, arriba.]


tenha sonhos enfeitantes..............

de papai, mãe, cheiro de vó, infância, memória de Vida...beijos escondidos, obscuros, reconfortantes, indecifráveis. ......!

Tuesday, October 06, 2009

passaredo...


"que o homem vem aí..." :)

música. linguagem. excepcional.
ossos.língua.corpo.alma.espírito.cheiro.doença.cura.sal.mulher.amor.amigo.samba....
menino.forma.formosura.usura.sua.chama.salto.cama.salvo.sé.
neruda.e tantos.milhares.unhas.tintas....mesuras.

saudade.

...ê...saudade.
mane.

.'.'.

Saturday, September 19, 2009


[concerto para piano e orquestra, nº 2, Allegro, Opus 102, Dmitri Shostakovich]


:: soldadinho de chumbo ::
[Hans Christian Andersen's fairy tale "The Steadfast Tin Soldier"]

...

rythimimprovisation

Friday, September 18, 2009

ontem foi um dia especial!
(é, ainda estou acostumando a escrever aqui...faz quase uma semana que postei pela última vez!...)
é especial quando as coisas acontecem assim, sem você menos esperar, não é?... muito interessante, muito bom... claro, quando são coisas boas!...
me sinto um pouco mais "tranquilita"...talvez comigo mesma. talvez tentando visualizar situações como quem está de"fora", ou, como Irã falou, tendo que me proteger de mim mesma - da minha intensidade, do amor com que quero amar, e de todo o romantismo ou tristeza que pode aflorar em mim...! a gente se gostar... como aprender a gostar disso, e a gostar de se gostar? ...é, nós viemos ao mundo sozinhos, e sozinhos vamos embora dele. porém, mais que pensar nessa linha, acho necessário tentar se amar acima de qualquer coisa ou pessoa... ainda que o Amor, de fato, seja entregar a própria vida - e isso parece ser querer alguém, cuidar de alguém, pensar, agir, plantar e colher, viver e respirar, além de você: acima de você. Todo es libertad... que será de tão difícil nesta verdade?... Hay que comprender....hay que sentir, hay que hablar, también...nada como comunicar-se......... que carrega de precioso essa palavra?... muito mais que falar. olhar. tocar. sentir......sonhar......acreditar......
mira, pienso cómo se fuera mí cuerpo; e yo, tu alma. nosostros, alma y cuerpo. a veces uno, a veces otro... mira que el Amor sobrevive al tiempo. así como la musica. es una questión de ritmo, de encontrarse encontrándose en el otro, adentro, afuera... todo lo que se tiene de real está entre nosostros; aquellos momentos en que tu solamente tenías a mí como testemunia, e yo a tu...yo, solamente tuya. tu, solamente mío...
la solitud del otro. qué más se puede desear?...
un abrigo...adónde seas libre!...
aqui estamos, para nos amarmos.
(...)

...

Saturday, September 12, 2009

escrever

isso pode ser um exercício interessante. pra mim mesma. ainda bem, né. é isso o que realmente importa.
bom...
quem sabe escrever aqui todo dia seja um exercício muito bom pra mim. hoje é sábado, dia 12 de setembro. estou lendo o livro que Flávio me emprestou, para devolvê-lo a Isaac quando nos encontrarmos final do mês...quando iremos pra Caracas... [ é interessante o livro; estou no começo, praticamente; mas, me tem feito parar pra pensar, sentir, ME buscar mais...acho que estou sentindo saudades de mim; ou, de estar comigo mesma em silêncio...]
acabei de ler o blog de Guilherme... ! me faz pensar em muitas coisas, me faz lembrar de muitas coisas...
mas, sabe, saber da pessoa, assim pela internet...é muito frio - quando você queria sentir mais o "calor" humano, a presença daquilo ali.
me sinto um pouco perdida nesse momento; não perdida como alguém que não sabe pra onde vai, é um "novo" perdida, depois das coisas que vivenciei e aconteram comigo, nesses últimos 7 meses. Especialmente os dois últimos. Eu digo... talvez tenha me distanciado um pouco do caminho que vinha traçando, de ficar mais concentrada, talvez me sentir mais sensível pras coisas de fora, pras coisas de dentro, pra mim, pra o presente, para o que viesse a acontecer.
Tenho que sair novamente dos pensamentos viciosos. Bom...é isso aí, novo desafio de superação.
estou ouvindo Bach. vou pedir pra Isaac levar um cd com coisas orquestrais dele. estou só com o cd duplo de Yo Yo Ma,que é maravilhoso, também...mas, é só cello. E, adoro as coisas com orquestra, me distraem muito, são muito vivas...energizantes.
Não quero falar como foi o dia hoje, o que aconteceu, que ía acontecer, que não aconteceu...enfim, não é bem isso que faz o meu dia. É mais feito de pensamentos, emoções e lembranças que outra coisa.
Bom, o dia ainda não acabou. Acho que ainda vamos sair aqui, o pessoal de casa.
...
...
...

Sunday, September 06, 2009

encanto

encantos.

cantos e sonhos mil.
que as palavras não podem descrever.
será tão incrível a vida?
não quero nunca perder a capacidade de me encantar.
ainda que eu não saiba o que é a velhice, nem o envelhecer.
chegar lá com essa vontade.
chegar lá?... chegamos? e será "lá"?
será...?
arrisco.
viver.

Saturday, May 09, 2009



Irei ler algo seu e sem fim, ao fio de mim perder teus sóis
dó meu
nesta certeza inconstante
de antes, talvez me refazer
um detalhe feliz, em teu sofrer

Pois,
que se a dor se transforma em pão,
de açúcar será
que alimente-me, esse pão
minérios, quem sabe, pedras e mistérios.
Metros, quilos, milhas, caminhos e asas
da seiva cedendo à secura da terra
e à brancura dos ventos sedentos.

Nessa espera,
A espreita, decalquei teus dedos rasgos
e plantei-os nascidos do sopro ao cais
Calei-me luz, teu jejum severo silêncio
me assalta a escrita
outrora fugaz

Esse teu doce cuidado,
fala macia,
música vinda...
Essa Riqueza entranhada no peito dos amores...
Lerei teus gestos, desmanchar-me-ei longe a olhar
e logo que assim por mais, regenere a minha carne pasma,
embrutecida estarei mais uma vez
por longe estar

As construções
portuguesas, falantes, os brilhos e acentos.
Bolhas fervilhantes, esmaltes, espaços e trinos,
Quem sabe refazem-se em doce menino
ou menina estrelada nos céus do rio..?

Toda lua em si escreve e cresce nos olhos sutis da saudade...

...chamada de mar,
salgados de dor,
de um salvo querer,
incessante querer!
A lágrima vã vai instigante,
Eia abrupto pensante!
e distorce o “amém” sob as águas do meu fel perdido

Porque a fio de mim, lida,
Teu cortante traço lembrando-me do início
ao fim de ser distante,
O quanto antes queira o seu pudor
ser algo passageiro, esvoaçante,

Desnuda-se dos panos!
beba Amor!

De tantos dedos - alvos conseqüentes - abri-me relicário indulgente
e nós, rostos-laços
florescemos cobertores de palavras contentes,
na imensidão do algo nosso que sem fim
prosear-nos-á amantes....



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